quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Catraca ???



A Catraca ???

Acordei ontem, pensando em falar sobre a catraca da Unijorge em minha Crônica, contudo quando eu estava tomando café pela manhã, me veio aquela dor de dente, das mais terríveis... Tomei uma dipirona e um antiinflamatório e nada da dor passar, eu estava muito ancioso para que a dor passasse logo. Eu fico muito chateado, porque eu já estava com problemas com esse dente a muito tempo e sempre na hora em que eu estou com pressa, sempre no dia em que eu tenho uma prova, o danado do dente começa a doer. E o pior é que depois que a dor passa eu nunca me lembro de fazer nada, acabo deixando o dente seguir com o problema.
Já perto das Onze da manhã - com dor ainda - tomei uma garrafa de água gelada, Massa!!! Melhorou , entretanto depois que eu parava de colocar a água gelada a dor voltava mais forte ainda, Caramba... Resumindo: A água gelada estava potencializando a dor do meu dente.Que situação engraçada, a mesma coisa que é boa em um caso é ruim em outro.
Perto das 22:00 (antes do jogo do Brasil) e pelo menos umas 20 garrafas de água gelada depois, um colega meu - recém formado - me anestesiou e a dor passou... Contudo a catraca continua lá. Ops! O dente continua lá... Essa dor me deixou tão confuso que eu me esqueci de falar da cataca. Deixa pra lá...

Thiago Bagues Drum'on

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Inútel, pensamentos inútel


É engraçado como o ser humano ainda consegue me surpreender. Uma simples tarefa como tirar fotos conseguiu ser tão divertida para uns (os facilmente impressionáveis) quanto entediante para outros (os seletivos). Eu não tirei foto. O vazio da minha máquina fotográfica revela o vazio que esse trabalho foi para mim.

Teve até gente que ficou impressionada como os patos se coçavam ao mesmo tempo, e na mesma posição. Talvez para essa pessoa tenha sido realmente impressionante ou talvez o meu ceticismo seja baseado no fato de minhas cachorras fazerem isso o tempo todo ou talvez, somente talvez, essa tenho sido a coisa mais estúpida do mundo. E eu posso jurar que os gritinhos das garotas da turma (ou das groupies?) são os mesmos que você pode escutar quando algumas fãs encontram Márcio “Vitú” no aeroporto 2 de Julho (Luis Eduardo Magalhães é uma ilusão do baiano pró-ACM). Numa onda de criatividade bitolada, todos começaram a acreditar que estavam sendo originais tirando fotos do pavão exibicionista, e sua enorme cauda – reprodução fiel dos adornos multi-étnicos usados por Ivete Sangalo - quando pra mim, interessante seria se o mesmo pavão começasse uma briga de galo com os patos do lago.

Enquanto algumas pessoas ficaram embaixo de um sol escaldante se divertindo e tirando fotos “da galera”- que tenho certeza, alguns nunca trocaram uma palavra- eu fiquei sentada na sombra conversando sobre o revival do Menudo e observava a interação de algumas e a divisão escolar de outras. No final das contas eu tive a impressão de não ter observado nada, porque tudo o que aconteceu naquele “píer” acontece o tempo todo, dos gritinhos à divisão tão high school de sempre e confesso que fiquei surpresa; estou tão acostumada a viver numa hierarquia social que quando vi tudo pelo lado de fora ainda achei normal. Confesso também que não conseguia parar de pensar em Charles Darwin (agora cabe a vocês pensarem no porquê).

Análises sociológicas a parte, durante todo o tempo em que estive sentada no meu banquinho, eu ficava pensando no pavão. “Seria engraçado se pavão desse língua”, “suba aqui e roube uma câmera”, “mostre sua pena média”, e eis que, depois de todo o grupo ter partido, o pavão subiu no “píer”. E eu me lembro que meus últimos pensamentos durante a execução desse trabalho foram: “corra, corra pela sua privacidade, corra pela passarela!” e “o que aconteceria se ele fosse para a pista?”. Nesse momento percebi que minha máquina fotográfica estava vazia, mas minha cabeça estava cheia de pensamentos inúteis.

Carol Patriarca

Até quando?


A paralela hoje é sem dúvida a principal avenida de trânsito em Salvador. Isso ocorre devido ao grande crescimento urbano nos últimos anos situado nas regiões desta avenida, tornando-a como o novo centro da cidade.
Além do grande número de desmatamento, e que ainda tende a aumentar cada vez mais, a avenida paralela já vem enfrentando um grave problema: o congestionamento, tendendo piorar devido ao aumento de veículos nas ruas.
O que nos resta a fazer, nessa cidade que não tem nem planejamento de transportes e o único transporte público disponível para a população é o ônibus, é acordar cada vez mais cedo para poder nos livrarmos desse caos.
Alex dos Reis Alves, 1º semestre



Já é carnaval em Salvador

Nas últimas semanas Salvador viveu um verdadeiro carnaval fora de época. Os foliões comandados por Cláudio Campanha trouxeram à terra do trio elétrico um bloco muito famoso no Rio de Janeiro­- o Bloco do Quebra Tudo, onde o auge da brincadeira é dada com a queima de ônibus e o caloroso ataque contra a polícia.
A folia deixa bem clara o nível da organização do grupo e coloca em evidência a fragilidade do Poder Público para conter o fato inusitado.
Todo esse agito teve início quando o “band líder” da farra foi transferido do Presídio de Salvador para o presídio de segurança máxima de Catanduvas-PR. Seus companheiros indignados com o fato, iniciaram os festejos e garantiram que a festa só irá acabar com a volta de Campanha. Se depender do ânimo dessa galera a micareta promete durar além da Quarta-Feira de Cinzas.

Ramon Benevides, 1° semestre

Fumantes


Há um monte deles espalhados por todos os cantos,não é necessario se esforçar tanto para achar um.Estão presentes onde podem e não podem,a partir da nova lei onde so é permitido fumar em locais públicos e residências,pórem na prática não é assim ,como é o caso da fumaçeira nos corredores da faculdade,mais quem se importa??

Geralmente esta subidividido entre grupos,tais que fumam socialmente,exporadicamente,excessivamente,ainda ha aqueles que estão tentando parar,mais uma coisa todos tem em comum,um ciclo vicioso pela nicotina e as mais de 4.700 substâncias tóxicas que comprovadamente e ilustrativamente campanhas e os fundos das carteiras de cigarro mostram, cenas de pessoas debilitadas,situaçoes de sofrimento e ainda com um disque saúde ''PARE DE FUMAR'' ,meio hipócrita né?e mais uma vez me pergunto sinceramente, quem liga.
EDERLITA MAGALHÃES

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Preste mais atenção!

Sufocados, loucos para irem embora, desejando à chegada do término do expediente.É o que devem estar pensando aqueles pobres homens que trabalham naquela obra.Afinal, não deve ser nada fácil enfrentar todos os dias um sol de 40º e um turbilhão de barro por todos os lados na obra para construção de um condomínio.Sem contar na vontade de mandar o mestre de obras tomar naquele local ou utilizar demais termos pejorativos, pelo fato de à todo instante as ordens serem modificadas.
Muitos ali, trabalhando por necessidade, outros por prazer e alguns unindo esses dois critérios.Contudo, esses rapazes trabalham para garantir o conforto dos futuros moradores que em sua maioria não valorizam, exaltam o esforço e dedicação desses profissionais.
Pois é, enquanto no início esses homens se sacrificam, chegam em suas residências exaustos, criticados muitas vezes pelas esposas, namoradas e filhos por não dá à devida atenção, no final diversos moradores que se fecham em seu "mundinho", não se importam pela dedicação dos operários.
Pura sacanagem!!!



Caroline Garrido

domingo, 13 de setembro de 2009

Selva de concreto


O espaço urbano transborda, faz-se ver submersa a natureza, a fugacidade e o descaso típicos da atualidade têm refletido de forma cada vez mais direta em nossa “selva de concreto” como diria Bob Marley.
Chegamos ao nível em que recortes e panorâmicas não se distinguem, em meio às arvores e aos animais nativos se estabelecem humanos “nativos” e verdadeiros mega parques e centros de entretenimento que por ignorância classificam como lotes residenciais.
A política de residências para a classe média tornou a iminente verticalização em um processo já hoje saturado, a cidade esquenta, a brisa inexiste e o dinheiro é depositado em literais paraísos fiscais.
Vislumbro o momento em que não estranharão o concreto sobre a terra e as matas, mas sim o exótico aparecimento de uma planta em meio à nossa “selva de concreto”, momento este em que as políticas de verticalização estarão erradicadas por impossibilidade espacial e nas avenidas encontraremos o verde novamente, se os arquitetos, engenheiros e as construtoras assim desejarem.

“Nenhum sol vai brilhar no meu dia hoje”
“E transformou meu dia em noite”
“A escuridão tem coberto minha luz”
“Pois a vida, doce vida, deve estar em algum lugar para ser encontrada”
“Ao invés de selva de concreto onde viver é tão mais difícil”
(Bob Marley)

Danilo O. da Silva

'Roteiros' turistícos na Faculdade.



A existência de uma agência de viagem numa determinada Faculdade, desperta inúmeras questões, partindo do pressuposto de que uma Instituição de ensino superior, atrairia pessoas interessadas somente na aprendizagem, qual seria o público alvo e a pretensão da Faculdade em relação a isso?
Provavelmente, aliás, quase certeza de que o aluguel considerável, que tal agência 'proporciona', é algo bastante motivador para quem o recebe, importando muito pouco se é algo produtivo ou não, para seu 'público' diário.
Talvez se o capitalismo, não fosse colocado à frente de tantas outras coisas mais importantes, agências de turismo não iriam 'roubar' o lugar de Bibliotecas interativas; Postos médicos; uma ala de Cinema, dentre inúmeras outras opções. Mas isso requer investimentos altissímos, que tirariam o lugar de aluguéis atrativos de lojas tão 'produtivas', como uma agência de viagem, em uma Faculdade: Um verdadeiro 'roteiro'' de estudos.


Caroline Lins Araújo.

Antes tarde do que Nunca


O ser humano claramente é uma espécie competitiva. Apesar de vivermos, até certo ponto, harmonicamente em sociedade, competimos todos os instantes. Competimos pela melhor companhia, por política, por futebol, por religião, por dinheiro, às vezes competimos até sem saber por que.

Diversidade cultural é muito bonita, mas não sai do conceito. Aceitar que o outro possa ser e pensar diferente é tremendamente difícil. Talvez seja necessário, que ocorra uma guerra de transmissoras de TV. Talvez seja fundamental toda essa vontade de querer ser mais certo que o outro, de ter a razão a justificar seus atos. Funciona de forma bastante simples. Véspera de ano eleitoral. Você como provável candidata forte à presidência abandona seu partido, se filia a outro, e tenta diminuir os feitos que você, junto com o partido, foi responsável. Discutir com teu amigo, às vezes de maneira nada amigável, porque o teu time de futebol venceu o dele.

Indiscutivelmente, a forma em que a competição se mostra completa no homem é a guerra. Disputas que na maioria das vezes não fazem tanto sentido, em que o que realmente fica na beira do penhasco é a vida. Iraque, Vietnã, Paraguai, Malvinas, Haiti. Quando se observa o saldo deixado fazem ainda menos sentido.

Mas nem toda competição é assim tão ruim. Uma disputa do atletismo que mostra o quão perto dos heróis imaginários o homem pode chegar. Usain Bolt está perto de virar uma lenda, Michael Phelps um peixe.

Independente de como isso venha a se mostrar, competir está no sangue de homens e mulheres. Perder é apenas uma conseqüência. Esse espírito revalida a velha máxima, quanto maior o risco maior o lucro, ou, maior a perda.

Vinícius Vita Gorender

(Foto: google image)


Sociologia em 4 segundos

Com muita pressa, perdido no tempo,
o estudante baiano conhecido como "Gilssão"
acabara de escrever um poema.
Sua fonte de inspiração tivera sido a lagoa,
dando uma ênfase maior ao cotidiano dos patos.
sempre quisera escrever a respeito do cotidiano dos patos.
e como a sua professora de esquizofrenia etnocêntrica havia passado esse trabalho de produzir
poemas e poesias a respeito de algo que lhe desagradasse na faculdade,
ele aproveitou.
Aproveitou para fazer uma crítica e meter a bomba na lagoa. literalmente.
até por quê ele estava com uma granada escondida no bolso. e ele tinha certeza que nada nem ninguém poderiam impedi-lo de joga-la nos patos.
quem iria impedi-lo?
aquelas pessoas que estavam à espera de algo na central de atendimento?
-ha! - Ele blefou.
Aquelas pessoas não iriam sair de lá hoje.
a central hoje MILAGROSAMENTE estava cheia. Só quem poderia impedir o seu ataque terrorista
eram as garotas da limpeza.que nesse horário ainda estavam limpando os banheiros do Prédio I.
Então ele como quem não quer nada.começou a recitar um Réquiem para os Patos,feito ali na hora
mesmo. cheio de espontaneidade:
-Nascer,crescer,reproduzir e morrer.
Patos fazem isso. A vida dos patos é um Tédio.
...
Patos
não assistem televisão. não possuem orkut ou msn. não comem Temaki.não bebem vinho,
não ficam de porre.E,Oh!Observando daqui do alto do quiosque eu pude perceber uma coisa interessante;
Existem patos que nascem antes de morrer
e existem patos crescem antes de reproduzir
outros que se reproduzem antes de crescer.
e alguns tantos que não param de fazer pipi.
Eles são basicamente simples.
seres simples,inferiores.A natureza os fez assim.
Outra grande descoberta do aluno:
Elementos que a lagoa têm e que eu na minha infinita inteligência pude perscrutar:
Patos pequenos
Patos pretos
Patos pobres
Patos no prato dando sopa,servindo de sobremesa.
-Eram escolados? - A professora perguntou horas mais tarde.
-Quem?- refutou distraidamente o aluno.
-Os patos?- perguntou a professora já preocupada pensando "esse é do tipo que não sabe negar o holocausto"
ao passo que ele respondeu:
-Se eram escolados,não sei,o que sei,é que tinham muitos patos na margem.

OBS:

Professor,
essa foto foi extraída do site google image.
breve estarei postando aqui uma foto com os Patos da lagoa da Unijorge.

(LAILA CRISTINA)

A catraca


A Catraca,simples catraca da Unijorge que todo o dia passam centenas de pessoas.Centenas de pessoas que passam por ela sem se dar conta que por la também passam centenas de sonhos e objetivos.Sonhos de Engenheiros,enfermeiros,publicitarios,nutricionistas,jornalistas dentre muitos outros.

Pessoas que passam por elas todos os dias enfrentando essa rotina para realizar o objetivo de ser o que deseja,de fazer o que gosta ou simplismente o que da dinheiro,é esse simples mecanismo é que regula a entrada e saída de tantos sonhos.

Maurício Luz

sábado, 12 de setembro de 2009

Catraca x Praticidade


Nossa, passar pela catraca da faculdade e visualizar "Acesso Liberado", é como tirar um peso das nossas costas. Tem coisa pior chegar, e o seu cartão encrencar?? Eu, procuraria um lugar para me esconder. Nessa hora não tem jeito, o nervosismo acaba dominando o corpo todo, repassa o cartão várias vezes e...nada!! Ou então, dá livre acesso na primeira passada. Pronto! deu tudo certo e posso ir livremente.

Mas nem sempre é assim. Não custa nada pensar no próximo, até porque não sabemos se o outro esqueçeu o cartão de acesso em casa, ou se perdeu. Tudo se resume assim: o primeiro passa e o próximo segura o ferro para poder passar e assim por diante. Ou seja, é a lei da praticidade!!!

Suilan Hagge

Menudo - Retorno


Uma campanha interessante me chamou a atenção na internet. Feita pelos - quase extintos - amantes do rock que acompanham as novidades do mercado fonográfico ''menos cor e mais rock'' confronta, claramente, a nova febre ‘’Power pop’’ que vem contagiando o cenário nacional de bandas novas.
Curiosamente, tudo começou nos anos oitenta. Bandas como ‘A-Ha’, roupas fluorescentes e sintetizadores dominaram por quase uma década as paradas musicas. E no Brasil, quase trinta anos depois, menininhos andrógenos estão tentando reviver as batidas de outrora da pior forma possível, misturado ao ‘glorioso’ emocore. A receita é simples: Abuse de ‘uô uô’ e ‘ié ié’, crie letras de rejeição amorosa, e sofra por isso, mas pra disfarçar seu sofrimento use roupas bem coloridas. E o principal, se você for feio nem comece a tentar que uma gravadora nunca vai te contratar, sua comunidade no Orkut não vai ter mais do que seus amigos e parentes e você não vai passar de uma dezena de seguidores no twitter.
Eu sei que gosto não se discute, e tenho que assumir que alguns deles, apesar do estereótipo, têm bastante talento musical, mas não consigo entender como bandas desse tipo tomam lugares de bandas com reais valores, não sei se o problema é de quem vende isso ou de quem consome, o certo é que isso se torna um ciclo vicioso das bandas tentarem ser sempre o que as gravadoras querem e estas, por sua vez, só investirem em bandas com o seu estereótipo criado. Quem paga com isso somos nós que vivemos um flashback dos menudos. Não se reprima.

André Chaves Ávila

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O que é que a Bahia tem?


Carmem Miranda ao cantar "O que é que a baiana tem?" e exaltar os pontos positivos, as características e as belezas do povo e do estado baiano não poderia imaginar a Bahia de hoje. Seus encantos uma vez caricaturados por ela e tantos outros artistas se perderam em meio a nossa realidade atual. Hoje, músicas como essa seriam faltas fotografias. A tarde calma em Itapuã de Vinícius de Moraes e Toquinho foi trocada por medo e violência.

Em Salvador, nesses últimos dias, a imprensa local e nacional noticiou sobre ataques a postos policiais e ônibus queimados em vários cantos da cidade. Tudo isso tem a assinatura de traficantes locais malcriados que se rebelaram com a transferência de um chefe de tráfico importante que está preso, para uma prisão federal em Minas Gerais. A prefeitura e o Governo tentaram fazer algo ao reforçar o policiamento, mas, como de costume, não deu em nada. No dia 9 ao menos mais um ônibus ficou em chamas.

Se ver essas cenas na Tv ou por fotos já é assustador, imagine a minha situação quando na quarta-feria, dia 9, à tarde, me arrumando para sair, vejo pela janela do meu quarto uma nuvem de fumaça. Eu moro no Conjunto Santa Madalena, na Vasco da Gama, e no ponto de ônibus que fica em frente a ele um coletivo foi queimado. Desci com minha mãe pata avaliar se era possível eu ir à psicóloga que fica na Av. Garibaldi. O que eu encontrei foi muita fumaça, fulhigem e a carcaça do ônibus. Muitas pessoas aglomeravam-se para ver estado do último, os bombeiros e a polícia que fecharam a via e mantinham a população longe do monte de fumaça.

Chocante, assustador, difícil de acreditar. Sim, realmente foi. Mas após o ocorrido outras coisas vieram a me chamar mais a atenção naquela fotografia incomum gravada na minha memória. Apesar dos caos muitas pessoas cercaram o lugar para acompanhar minuciosamente cada movimento dos policias, cada chama apagada pelos bombeiros, como se acompanhasse o capítulo final da novela das 8 (aquela que quase ninguém assiste toda e de fato sabe da sua história, mas que sempre pára ver o final, pois o julga mais interessante).

Via-se de tudo por lá. Idosos, crianças, adultos... Alguns tentando se apoiar em outros para ter uma melhor visão do show, outros buscando um bom ângulo para tirar uma foto ou filmar, bem como meu irmão o fez. Isso me lembrou que me esqueci de procurar saber o que ele fizera com as imagens capturadas com o celular, que hoje em dia virou tão necessário quanto a cesta básica de todo mês. Imagino, e apenas imagino, que muitos se aproveitaram da miséria alheia para ganhar “um extra” com as imagens. Certamente nossos programas jornalísticos da hora do almoço como o Na Mira e o Se Liga Bocão se aproveitaram da solidariedade dessas pessoas ao registrar tais imagens.

Mostrar vandalismo através de um ônibus em chamas deve ser um prato cheio mesmo. Mas é claro que os jornais impressos também se aproveitaram dessa interatividade com os leitores, que funcionam como fotógrafos ou jornalistas, com a única diferença de que ganham menos, não que esses profissionais ganhem muito, não é mesmo? Vi que o jornal A Tarde, inclusive, fez uma matéria com um estudante que registrou uma foto de um dos tantos atentados que houve na cidade para exaltar o ego de seu salvador.

Perto da exploração da mão de obra leitora, do gosto do povo por desastre e do interesse financeiro em cima disso, a fumaça vinda do ônibus e a bronca que a minha psicóloga certamente estaria me dando mentalmente por ter cancelado a consulta em cima da hora se tornaram questões efêmeras. E é aí que eu volto à utopia entoada e divulgada pelas canções antigas e textos já amarelados: "O que é que a Bahia tem?/Tem muito bandido, tem/Tem tiro todo dia, tem/Muito ônibus queimado, tem/Policial levando tiro, tem/Tem muito pedinte, tem/Gente oportunista, tem /E muita apelação na imprensa também/O que é que a Bahia tem?"


Bruna Correia